O Parque Eduardo Guinle, ou somente Parque Guinle, foi concebido originalmente na década de 1920 como os jardins da residência de Eduardo Guinle, um palacete neoclássico. Em 1940, o parque passou ao governo federal e, em 1943, foi objeto de um plano de urbanização desenvolvido por Lucio Costa, então diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -SPHAN-, quem propôs um conjunto de seis edifícios residenciais.
Numa primeira fase, apenas três edifícios foram construídos: o Nova Cintra (1948), o Bristol (1950) e o Caledônia (1954), com . O primeiro diferencia-se dos outros dois pela sua implantação -norte-sul-, paralela a uma das vias laterais ao parque, o que permitiu ao arquiteto implantar uma série de galerias comerciais com contato direto com a rua. Além disso, o Nova Cintra apresenta sete pavimentos de apartamentos, enquanto o Bristol e o Caledônia contam com seis.
No entanto, todos mantêm uma mesma linguagem visual, marcada pelo uso de pilotis, como estratégia para lidar como o perfil variável do terreno, pela presença de um pavimento recuado de cobertura e, principalmente, pela utilização de cobogós de cerâmica e brises verticais de madeira -pintada de rosado no Caledônia e azul claro no Bristol- nas fachadas que dão para o parque, que, finalmente, é o que gera a identidade do conjunto e sua característica fundamental.
Ambos elementos de proteção solar e amenização térmica configuram a modulação da fachada e estão dispostos sob uma lógica irregular. Os módulos de cobogós ora apresentam uma abertura central, ora são planos uniformes, enquanto os de brises são interrumpidos com uma abertura no seu quadrante superior direito.
O jogo modular, a hamornia de cores suaves e terrosas e a presença de materiais naturais, como a pedra, a madeira e o barro, entram em diálogo com a tranquilidade verde do parque e criam a atmosfera agradável dos edifícios.